L E C T U R E A T T H E E N G I N E E R I N G C L U B 9 9 7 pagação da Mecanica Classica, para isso, entretanto, tornou-se necessario uma revisão dos conceitos fundamentaes de espaço e de tempo se quanto ao espaço já tinhamos, claro, o seu significado relativo, quanto ao tempo admittia-se sempre, implicitamente, uma noção absoluta. Mostra elle, então, como, por exemplo, querendo-se para a simultaneidade achar uma definição rigorosa, satisfatoria sob o ponto de vista do physico, se é conduzido á conclusão de ser este conceito da simultaneidade não absoluto, mas condicionado pelo systema de referencia assim, dois acontecimentos julgados simultaneos num systema de referencia, deixam de ser, se apreciados de um outro systema. Se porém, forem feitas nas coordenadas espaço-tempo de um systema as transformações chamadas de Lorentz, que as ligam as coordenadas espaço-tempo de um outro systema, a mesma lei que traduz o phenomeno physico de propagação da luz no primeiro systema, tra- duzirá o phenomeno no novo systema. Consegue, assim, a theoria da Relatividade dar a explicação do resultado negativo das experiencias de Michelson e Modley, provando que o phenomeno physico da propaganda da luz obedecerá a lei do movimento relativo da Mecanica. A theoria da Relatividade consegue estender aos phenomenos physicos, que não só aos do campo da Mecanica, o principio da relatividade, basico para esta, permittindo traduzir a lei de um phenomeno sob a mesma fórma, qualquer que seja o systema de referencia. Constitue isto, na essencia o principio da Relatividade restricto. Este qualificativo se jus- tifica, por isso que, do mesmo modo que na mecanica, os systemas de referencia acima alludidos devem ter, uns em relação aos outros, simplesmente, movimentos de translação uniforme. A generalização ao caso de movimento quaesquer dos systemas de referencia, problema muito mais arduo, é o que constitue o objecto da theoria generalizada, que constitue tam- bem o objecto da segunda conferencia a se realizar na Escola Polytechnica. [...] TRANSLATION [...] In the same manner that thermodynamics establishes, as a postulate, the impossibil- ity of perpetual motion, the theory of relativity also establishes as a postulate that the speed of light, as a speed, cannot be surpassed. Perhaps a metaphysician would repudiate the speed of light as a limit that cannot be sur- passed, the physicist, nevertheless—and the theory of relativity is a work of physics and not metaphysics—refuses to work with notions and quantities that cannot be measured. There- fore, it seems natural for the physicists to base their theories on measurable quantities instead of arbitrarily introducing fictitious quantities lacking physical definition and that cannot be measured.